quarta-feira, 7 de julho de 2010
NA OUTRA ESQUINA
Não sabia o que fazer, trabalhava o dia inteiro no supermercado. Sentia o tédio, marcar preço, buscar fardos e fardos de produtos, arruma-los nas gôndolas, tira-los de lá... Isto não fazia sentido. Tinha estudado pra caramba e nada de sair daquela condição. Tinha capacidade, poderia ser gerente, tinha condição, mas por outro lado não gostava de muita responsabilidade. Gostava de levar a vida tranqüila de tomar uma cervejinha no final da tarde. Pegar o ônibus lotado para ir pra casa na periferia, que ficava perto da mata. Morava na cidade, mas sentia como se estivesse no interior, pelo menos tinha este refresco, dava para levar a vida, dando topada ali e outra na esquina.
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